O Rio Zêzere é conhecido como um “rio rebelde”, devido ao seu curso irregular. Acompanhá-lo é uma aventura, e pelos seus caminhos descobrimos também a beleza do território das Aldeias Históricas de Portugal.

Seguir o Rio Zêzere é uma experiência inesquecível. Da Aldeia Histórica de Belmonte a Manteigas, e até à nascente do Zêzere, na Torre, este percurso – para percorrer de automóvel – leva-nos pelo impressionante planalto central da Serra da Estrela, parte integrante do território das Aldeias Históricas de Portugal. Uma aventura a não perder, também pela magia das cores dos maciços florestais nas encostas do vale.

Começamos esta aventura em Belmonte. O Rio Zêzere passa bem perto do centro desta Aldeia Histórica, mas antes de iniciarmos esta aventura pelo caudal do “rio rebelde”, vale a pena conhecer primeiro Belmonte, onde durante séculos, viveu em segredo a maior comunidade judaica do país. Em 1496, o rei D. Manuel I ordenou a expulsão de todos os judeus que não tivessem aceite converter-se ao catolicismo, e começou a perseguição a este povo. Em Belmonte, muitas foram as famílias que aceitaram converter-se – mas apenas aos olhos da população, já que entre as quatro paredes das suas casas, continuavam a praticar a sua religião. Assim, para bem conhecer a História de Belmonte, aconselha-se a visita ao Museu Judaico. De lembrar, ainda, que foi em Belmonte que nasceu Pedro Álvares Cabral, um dos mais celebrados navegadores dos Descobrimentos Portugueses. Hoje podemos visitar em Belmonte o Museu dos Descobrimentos, que foi habitação da família Cabral.

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Para seguir o Rio Zêzere até à sua nascente, depois de Belmonte seguimos caminho pela EN232, em direção à Torre, por onde vamos acompanhando o caudal do rio. Este percurso leva-nos pelas apaixonantes paisagens da Serra da Estrela e por belíssimas localidades, onde, dependendo do tempo que dispomos, vale a pena parar para conhecer: Valhelhas, Vale de Amoreira, Sameiro e Manteigas.

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Nesta vila, vale a pena visitar ainda o Centro Interpretativo do Vale Glaciar do Zêzere. Este é o mais importante e exuberante testemunho da última glaciação – a glaciação Wurm, ocorrida entre 100.000 e 10.000 a. C. – e da forma e dimensão com que ela afetou a Serra da Estrela, nomeadamente a sua topografia. O vale também possui uma flora e fauna que importa conhecer – para tal, existe uma rede com 16 percursos pedestres (Green Tracks) com cerca de 200 km. Este centro interpretativo oferece ainda uma aliciante viagem virtual, onde embarcamos num balão de ar quente, que nos transporta pelos 13 km do vale glaciar.

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Já a Torre – o ponto mais alto de Portugal Continental, com 1.993 metros –, é o ponto final da nossa aventura, onde encontramos a nascente do Rio Zêzere.

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Assim, acompanhar o Rio Zêzere é seguramente uma experiência inesquecível, por um destino único em Portugal: afinal, as Aldeias Históricas de Portugal são o primeiro destino em rede, a nível mundial, e o primeiro destino nacional a receber a certificação BIOSPHERE DESTINATION.