Datado dos séculos XII e XIII, o castelo de Linhares da Beira foi implantado sobre um escarpado morro granítico. Do alto, vigia atento a Aldeia Histórica com o mesmo nome, cujo burgo se desenvolveu na zona mais soalheira, exposta a sul, ao abrigo daquela estrutura defensiva.

Altivo e imponente, o castelo de Linhares da Beira está situado a 820m de altitude, no cimo daquela Aldeia Histórica. Das suas muralhas, contemplamos o Vale do Mondego em todo o seu esplendor, uma das mais belas panorâmicas do território das Aldeias Históricas de Portugal. Mas este castelo, além de uma estrutura belíssima e de privilegiada localização, teve também uma importante função militar.

A sua construção é atribuída aos séculos XII e XIII, altura em que terá sido edificado sobre as ruínas de um antigo castro da Idade do Ferro. Já existia no reinado de D. Sancho I, mas foi reformado por D. Dinis, em 1291.

Inicialmente, o castelo de Linhares da Beira teve como função estratégica ser um baluarte avançado do sistema defensivo da Beira Alta, durante os primeiros tempos da Nacionalidade. Desta linha do sistema também faziam parte os castelos de Marialva, Moreira de Rei, Trancoso e Celorico da Beira.

O castelo divide-se em dois recintos muralhados contíguos, que tiveram funções distintas. Uma porta orientada a sul, de arco ligeiramente apontado, permite a entrada num recinto, que terá sido um espaço de refúgio dos habitantes e gados, quando uma situação de cerco ou ataque a isso obrigava. No extremo nascente possui uma torre – a Torre do Relógio – que completava a estrutura defensiva de Linhares. No seu interior podemos encontrar um relógio de pêndulo do séc. XVII, em funcionamento. Este recinto possui uma outra pequena porta orientada a Norte.

Deste passamos para outro recinto de maior perímetro, localizado a oeste, passando por uma porta também de arco ligeiramente apontado. Este espaço correspondeu à alcáçova e tinha funções estritamente militares. Aqui encontramos a Torre de Menagem, obra de D. Dinis, residência do alcaide e último reduto defensivo. Possui dois balcões, um na fachada oeste sobre a porta de entrada e outro na esquina próxima da porta de entrada neste recinto, ambos equipados com mata-cães. O resto do espaço era ocupado por construções para a guarnição militar residente e pelas duas cisternas (das quais ainda subsistem vestígios) para armazenar água, vitais em caso de cerco. Também possui uma pequena porta, orientada a oeste.

O aspeto que o castelo apresenta hoje não difere muito da realidade medieval. Faltam-lhe, contudo, alguns elementos funcionais, como as ameias sobre as muralhas. Por outro lado, os acessos às entradas para as torres correspondem a novas soluções e o interior destas correspondem a reconstruções e a reconversões funcionais recentes.

O castelo de Linhares da Beira é mais um lugar de visita obrigatória nas Aldeias Históricas de Portugal, onde cada recanto evoca um tempo de reis e rainhas e épicas batalhas, que fizeram do nosso povo o que somos hoje.