Com vestígios da ocupação de vários povos, como visigodos, romanos, muçulmanos e templários, e um dos espólios arqueológicos mais importantes do país, Idanha-a-Velha sobressai, mais uma vez, pelo seu imenso património histórico-cultural: segundo novo estudo, é nesta Aldeia Histórica que se encontra o batistério mais antigo da Península Ibérica, do tempo da ocupação romana.
O projeto de investigação arqueológica IGAEDIS, atualmente em curso na Aldeia Histórica de Idanha-a-Velha, enquadrado num protocolo estabelecido entre o município de Idanha-a-Nova, a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e a Direção Regional de Cultura do Centro, em estreita parceria com investigadores da Universidade de Vigo e Corunha (Espanha) acaba de comprovar, mais uma vez, o inestimável valor do património histórico-cultural de Aldeia Histórica de Idanha-a-Velha.
Segundo explica Patrícia Dias, do Gabinete de Arqueologia, Conservação e Restauro da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, um novo estudo, no âmbito do projeto, “revela a data de construção dos dois batistérios de Idanha-a-Velha. Com recursos a análises físico-químicas e arqueológicas, foi possível situar a construção de uma das piscinas batismais na segunda metade do século IV, quando o território pertencia ao império romano. Ou seja, é até agora o batistério mais antigo que se conhece na Península Ibérica, sendo um dos sinais mais recuados e importantes da presença do cristianismo do atual território português”. O estudo foi publicado na revista “Archaeological and Anthropological Sciences”.
Os batistérios são estruturas arquitectónicas situadas no exterio, a norte e a Sul da Sé. Estão protegidos por uma estrutura de ferro e vidro. O vidro foi recentemente substituído para os monumentos serem observáveis, portanto são de visita livre.
A Aldeia Histórica de Idanha-a-Velha não para de surpreender. Em outubro de 2018, ao abrigo do mesmo estudo, foi descoberta nova porta de origem romana em Idanha-a-Velha – aquela que terá sido uma das portas principais de entrada na Egitânia.
Descobertas que comprovam a relevância de Idanha-a-Velha (Igaedis/Egitânia) durante a Antiguidade Romana e a Alta Idade Média. De acordo com Patrícia Dias, Idanha-a-Velha terá sido “o lugar mais importante da atual Beira Interior, entre o Tejo e o Douro, ao longo de quase 1200 anos – pelo menos durante o 1º milénio, entre o período romano e o período da conquista e da formação do reino”.
Motivos de sobra para visitar a Aldeia Histórica de Idanha-a-Velha e deixar-se levar numa inesquecível viagem no tempo, não acha?
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