Pelas ruas da Aldeia Histórica de Castelo Novo, há uma melodia que nos acompanha. Um murmúrio que caminha connosco, perpetuando a sensação de que nos encontramos num lugar encantado.
Mas afinal, de onde vem este sussurro, que nos embala durante a visita? Acontece que, um pouco acima da aldeia, na Nascente Divina, brota a Água do Alardo. O manancial local permite que o excedente flua encosta abaixo.
De facto, uma particularidade da aldeia é a singular rede que capta, faz circular e distribui por gravidade essa água de nascente. No topo da aldeia está o princípio desse sistema de tanques, caleiras e fontes que disponibiliza a água a qualquer ponto da malha urbana, aos quintais ou aos terrenos agrícolas envolventes.
As caleiras estão montadas nos pavimentos, talhadas em rudes pedras ou mesmo escavadas nos afloramentos graníticos, percorrendo quase todas as ruas, numa arcaica obra de engenharia, ainda eficaz e com reduzido desperdício.
Por isso, na Aldeia Histórica de Castelo Novo, há sempre o murmúrio da água que corre apressada ou o sussurro permanente da água que cai das bicas das fontes.
São estes curiosos pormenores que nos apaixonam, nas Aldeias Históricas de Portugal, que as distinguem e tornam únicas em Portugal e no mundo.
No Comments